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22 de nov. de 2011

Ambliopia em Terapia Ocupacional

ATENDIMENTO DE UMA CRIANÇA COM AMBLIOPIA EM TERAPIA OCUPACIONAL: CONTRIBUIÇÃO DO MÉTODO MEIR SCHNEIDER DE AUTOCURA (Self-Healing®)
 Tatiana Luísa Reis Gebrael
Terapeuta Ocupacional. Especialista em desenvolvimento infantil pela UFMG. Mestre em Educação Especialpela UFSCAR.Terapeuta do método Self-Healing de Meir Schneider.
Orientação Léa Beatriz Teixeira Soares

Resumo:
Este trabalho propõe-se a relatar uma intervenção clínica em Terapia Ocupacional com uma criança portadora de ambliopia, compartilhando conhecimentos e promovendo reflexão sobre o tema. Foi realizada uma intervenção clínica supervisionada junto a uma criança de 6 anos de idade, com hipótese diagnóstica de ambliopia no olho direito e erro de refração desigual entre os olhos. Atividades lúdicas e psicomotoras associadas ao método Meir Schneider de Autocura - self-healing, foram utilizadas objetivando a adesão e o estabelecimento do vinculo terapêutico da criança e família ao tratamento através de brincadeiras, a estimulação visual principalmente para o olho amblíope e a incorporação dos exercícios do método de autocura em sua rotina com autonomia e consciência visomotora. Concluiu-se que a intervenção de terapia ocupacional associada ao método de autocura foi adequada para esta criança, pois propiciou a relação terapêutica, a adesão e incorporação eficiente ao programa de tratamento em que constavam os exercícios sugeridos pelo método de autocura por meio da participação e conscientização não só da criança, como também de seus familiares, e a diminuição dos erros de refração e ambliopia na criança.
   1.      INTRODUÇAO
Ambliopia é uma diminuição da acuidade visual uni ou bilateral, sem uma causa objetiva. A baixa visão ocorre mesmo com o uso de óculos e estando as estruturas oculares normais. O olho amblíope, é também conhecido como "olho preguiçoso".
Acontece dentro dos seis primeiros anos de vida, e é causada por qualquer doença que pode afetar o desenvolvimento dos olhos. (GONÇALVES, 1975, p.307)2.
Em muitos casos é hereditário, mas existem três principais fatores que podem causá-la:
1. Estrabismo – desvio de um olho, especialmente quando esse desvio é para dentro.
2. Erro de refração (miopia, hipermetropia ou astigmatismo) acentuado num dos olhos. É a ambliopia por anisometropia (que significa diferença de refração entre os dois olhos). Nela há a negligência por parte do cérebro da visão menos capaz do olho amblíope. Isso pouco a pouco se torna um comportamento psíquico instintivo e permanente de defesa, ou seja, a eliminação da imagem pouco nítida. Com o tempo o olho ruim deixa de participar da visão binocular, reduzindo-se assim sua capacidade funcional.
3. Embaçamento nos tecidos oculares - Doenças como a Catarata podem levar à ambliopia.
Como estrabismos de pequeno ângulo, bem como diferenças de grau podem passar despercebidos aos pais e ao médico não especialista, a prevenção da ambliopia definitiva está no exame oftalmológico de todas as crianças antes dos dois anos de idade. Uma visão ruim pode afetar a capacidade de aprender, o desempenho motor e a auto-estima.
O tratamento clássico da ambliopia é a oclusão do olho de melhor visão. O tempo de oclusão depende da intensidade e da idade do paciente. Deve-se forçar o cérebro a usar o olho fraco para estimulá-lo. Isso só é possível ao ocluir o olho preferido na maior parte do dia, por semanas ou até meses. Algumas vezes é necessário ocluir ambos os olhos alternadamente. (KANSKI, 2004, p. 525)3.
Durante muito tempo pensou-se que as crianças com mais de 6 anos eram demasiado “velhas” para beneficiarem das terapias contra a ambliopia. Um estudo realizado no Hospital Infantil de Pittsburgh, nos Estados Unidos, confirmou que os tratamentos podem melhorar a situação de crianças até aos 17 anos (ORÉFICE, 1992, p. 389)4. Estudos recentes empregando levodopa e oclusões mostraram que é possível melhorar significativamente a acuidade visual, independentemente da idade, em determinados pacientes com ambliopias antes consideradas intratáveis. (PROCIANOY, 2004, p. 719)6.

O método de autocura e a ambliopia.
Para Ney Chaves (2002 p. 16)1, o método de autocura é um processo de autotratamento que parte do princípio de que pode-se ativar os poderes inatos que nosso corpo e mente têm de curar-se, através de movimentos suaves, combinados com massagem, alongamento, respiração e visualização.
De acordo com Pinto e Soares (2003, p. 33)5, as duas abordagens terapêuticas, terapia ocupacional (TO) e método Meir Schneider de autocura, têm como interface a ênfase no trabalho conjunto, paciente-terapeuta; na relação integrada e dual corpo-mente, para que a pessoa em atendimento seja sujeito do seu processo de cura e adquira maior autonomia e qualidade de vida.
Para Chaves (2002,p.17)1 a aplicação do método Meir Schneider de autocura tem sido eficaz na eliminação de problemas visuais.
O método de autocura permite o aumento da acuidade visual por meio do relaxamento. Desse modo, enfatiza que os olhos são tão susceptíveis ao estresse como qualquer outra parte do corpo, uma vez que o olho é uma parte integral do cérebro. (SCHNEIDER, 2003, p.183)7 .O método trabalha com base na estimulação visual, contendo exercícios de coordenação e amplitude de movimento e alongamento ocular, estimulação com luzes e objetos coloridos, e materiais que possibilitam o estímulo tanto da visão binocular, quanto da visão periférica e central. Realiza o relaxamento do corpo como um todo e em especial dos músculos faciais, oculares e da região cervical.
Para o autor, a memória e a imaginação são os mais valiosos instrumentos da mente para aperfeiçoar a visão. Ou seja, usam-se no método, os exercícios de visualização para aproveitar a tendência da mente para associar uma visão clara ao que é conhecido e familiar. (SCHNEIDER, 2003.p.187)7
Schneider (2003, p.189)7 enfatiza que o esforço ocular e tensão na parte superior do corpo estão intimamente relacionados; desse modo, o uso forçado dos olhos pode dar origem a padrões de tensão no pescoço, ombros, braços e outras áreas. E inversamente, tensão muscular na região superior do corpo pode afetar os olhos, diminuindo a circulação para a cabeça, causando a sensação de exaustão nos olhos e na mente.
Várias são as causas que levam à deterioração da visão e muitos são os recursos que podem ser utilizados na preservação e restabelecimento da saúde dos olhos, tais como: alternar o olhar para perto e longe, melhorar a respiração e a circulação, desenvolver movimentos suaves e curiosidades no olhar, aumentar a luz para os olhos para verem melhor, propiciar o descanso e equilibrar o uso da visão central com a visão periférica. (CHAVES,2002,p.25)1
Schneider (2001,p.169)8 explica que trabalhar com o olho preguiçoso (da ambliopia) é similar a trabalhar com o estrabismo, pois nesses casos os problemas visuais podem ter origem no desequilíbrio dos músculos externos dos olhos. Em muitos casos esse desequilíbrio resulta do cérebro integrar mal a informação visual proveniente dos olhos. Desse modo, durante o tratamento torna-se necessário envolver o cérebro para ver conscientemente com os dois olhos.
O autor afirma que as pessoas tendem a não usar o olho amblíope em absoluto, e qualquer informação que ele de fato envia ao cérebro por ser inconscientemente suprimida. Salienta que como o olho preguiçoso apresenta pouca acuidade, torna-se necessário trabalhar esse fato bem como a fusão, ou seja, a visão binocular e sua perfeita mobilidade ocular.

O brincar associado ao método de autocura.
Considerou-se importante a implementação de brincadeiras e jogos lúdicos nas sessões, pois de acordo com TAKATORI, BOMTEMPO e BENETTON (2001,p. 93)9 o brincar é uma atividade essencial e necessária no processo de desenvolvimento e um direito de todas as crianças; é uma atividade presente ou esperada no cotidiano de qualquer criança. As autoras citadas definem o brincar como um tempo e um espaço onde pode-se observar elementos de quem brinca.
 Através de atividades lúdicas a adesão e a eficiência do tratamento serão maiores.

2. OBJETIVOS
O presente estudo teve por objetivo compartilhar os conhecimentos realizados a partir de uma intervenção clínica em Terapia Ocupacional, com as brincadeiras como recurso mediador no tratamento e com a utilização dos exercícios propostos pelo método de autocura enquanto recursos terapêuticos.
3. METODOLOGIA
O estudo foi realizado a partir de uma intervenção clínica em Terapia Ocupacional junto a uma criança (Julia[1]) de 6 anos de idade. As intervenções ocorreram semanalmente com duração média de uma hora, totalizando 18 sessões no período de fevereiro a julho de 2006. A exibição de fotos e do próprio conteúdo do estudo foi autorizada pelos responsáveis por Julia através da assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido.
As intervenções utilizaram como atividades terapêuticas: as atividades lúdicas e os exercícios propostos pelo método Meir Schneider de autocura.

4. AS INTERVENÇÕES
             4.1 O sujeito
Julia, sexo feminino, tem 6 anos e freqüenta a 1ª série do ensino fundamental. Veio para atendimento em Terapia Ocupacional por procura espontânea, a partir do diagnóstico de ambliopia no olho direito e erros de refração desiguais entre os olhos. Julia apresentou 5 graus de miopia no olho direito e meio grau de hipermetropia no olho esquerdo, ambos os olhos apresentaram 1 grau e meio de astigmatismo.  Julia usa óculos em todas as atividades cotidianas e não apresenta estrabismo fixo, e sim quando focaliza detalhes na visão de perto. A criança somente havia usado, por recomendação médica, tampão monocular por alguns meses.

            4.2 O processo de intervenção.
As atividades foram planejadas considerando a faixa etária do sujeito e a hipótese diagnóstica, objetivando: a criação do vínculo terapêutico; a estimulação do uso principalmente do olho amblíope; estimulação da criatividade; adesão ao tratamento através de brincadeiras, a orientação familiar para a realização dos exercícios em casa e a incorporação dos exercícios do método de autocura em sua rotina com autonomia e consciência.
Durante as sessões foram realizadas de modo associado algumas atividades lúdicas com alguns recursos do método de forma integrada:
  • Massagem e automassagem no couro cabeludo, face, ombros e nuca, ativando a circulação, relaxamento e consciência da área.
  • “Passeio dos olhos” (fitar objetos próximos e distantes, estimulando a acomodação visual);
  • Empalmar (cobrir os olhos com as mãos para relaxamento/descanso da área)
  • Piscar (para aumentar a umidade dos olhos, oferecer descanso momentâneo da luz e evitar o olhar “fixo”)
  • Arco espinhal (exercício de curvar-se para frente do corpo que possibilita o aumento da mobilidade e do espaço articular - principalmente quadril e coluna vertebral, relaxando e alongando a musculatura);
  • Balanço longo (seguir o movimento amplo de braços ao fitar os dedos com os olhos, o que possibilita aumentar a mobilidade de movimento ocular e a visão periférica);
  • Ensolar (ao sol, mover lentamente a cabeça com os olhos fechados, o que possibilita relaxar e contrair cada pupila alternadamente);
  • Alongamento ocular (Mover lentamente cada músculo extrínseco, em todas as direções, propiciando diminuição do desvio ocular).
  • Uso de tabela de Snellen com letras (estimula a visão de contrastes e uso da memória e da visualização de letras e espaços);
  • Uso do tampão ocular no olho esquerdo (estimular o uso do olho amblíope e possibilitar que o cérebro seja ativado para ver conscientemente com os dois olhos);
  • Seguimento Ocular (fitar objetos, como o pom-pom metálico, o que possibilita a amplitude do movimento ocular.
  • Estimulação com luzes coloridas em sala escura (estimulação dos cones e bastonetes);
  • Uso de óculos 3ª dimensão verde-vermelho (estimula a visão binocular, a fusão permeada pelo filtro de cores);
Com o uso do tampão ocular no olho de melhor visão, e sem o uso de óculos foram realizadas as seguintes atividades lúdicas:
  • Atividades que exigiam coordenação motora global e visomotora: seguir as fitas metálicas do pompom com os olhos ao mesmo tempo em que imitava e criava movimentos corporais globais (coreografias com músicas infantis), criar letras, palavras e figuras no ar para o companheiro adivinhar.
  • Atividades que exigiam coordenação motora fina, coordenação visomotora, atenção, concentração, entendimento de regras, solução de problemas, iniciativa e criatividade, tais como: confecção de pompom de fitas metálicas, confecção de atividades temáticas (para o dia das mães e para a páscoa), e jogos: Memória, Lince (achar a figura semelhante das fichas no tabuleiro)
  • Atividades de coordenação motora global, atenção e equilíbrio, tais como: amarelinha; andar de costas, andar para frente contando os passos, andar com o corpo de lado cruzando as pernas, e durante jogos com bolas de diferentes tamanhos e cores; uso da cama elástica, uso da bola Bobath.
  • Brincadeiras com bexigas: bater na bexiga sem deixá-la cair no chão, jogar bexiga um para o outro falando o alfabeto e criando palavras com letras do alfabeto; estimulando o movimento e seguimento ocular;
  • Ao ar livre, o uso do playground do ambulatório: balanço, “escalada”, escorregador, túnel.
  • Por fim, houve a elaboração de um folheto ilustrativo e explicativo sobre os principais exercícios do método de autocura, para a orientação familiar e para o seguimento do tratamento em casa.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através deste trabalho, conclui-se que os atendimentosem Terapia Ocupacionalassociados ao método Meir Schneider de Autocura, foram adequados como forma de tratamento para esta paciente.
Notou-se que ao longo do semestre a criança passou a permanecer mais tempo realizando alguns exercícios - como o empalmar, a automassagem facial - que a princípio ela demonstrava dificuldade, ficando inquieta e agitada. O vínculo terapêutico foi estabelecido com facilidade, devido tanto à receptividade da criança, quanto às atividades propostas que desempenharam o papel de facilitadoras. Desse modo, acredita-se que o uso associado de atividades lúdicas ao método foi adequado para facilitar o vínculo e a relação terapeuta-paciente.
Registrou-se que com a vivência de atividades sem óculos e com o uso do tampão nas sessões, com as informações fornecidas à criança e as orientações realizadas com seus familiares, a criança relatou ao longo do semestre ter realizando alguns exercícios (ex: massagem facial) e brincadeiras sem óculos e com o uso do tampão ocular em casa (como andar de bicicleta, assistir TV e jogos diversos), fato esse que efetiva o tratamento da ambliopia.
Percebeu-se a importância do uso das brincadeiras e jogos lúdicos para facilitar a adesão da criança ao tratamento, pois assim, a criança praticava os exercícios propostos com mais sentido e interesse.
Registrou-se também que além de estimular a visão, as sessões permitiram que a criança se expressasse, elaborasse seu pensamento, elaborasse estratégias durante os jogos, estimulasse sua capacidade de iniciativa para propor jogos, brincadeiras e demonstrasse sua criatividade durante as atividades, possibilitando assim, realizar essa terapia global e corporal de forma mais prazerosa ao mesmo tempo em que estimulava a visão.
Notou-se também que o atendimento possibilitou a participação e conscientização não só da criança, como também de seus familiares tanto nas sessões quanto no incentivo da realização dos exercícios em casa. Osfamiliaresrelataram melhora em relação ao estrabismo convergente que a criança apresentava ao focalizar os detalhes.
A avaliação oftalmologia, após a intervenção, aferiu visão normal no olho esquerdo, redução de 2 graus de miopia no olho direito e eliminação do estrabismo, com melhora conseqüente do quadro amblíope. Tais resultados são considerados muito positivos, evidenciando a eficácia da metodologia utilizada.
Acredita-se que essa experiência contribuiu de forma positiva para a prática profissional da terapia ocupacional, proporcionando a intervenção em um caso de ambliopia, utilizando como recursos terapêuticos: as atividades lúdicas e o método Schneider de autocura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. CHAVES, N. A saúde dos seus olhos: luz, escuridão e movimento. Rio de Janeiro: Imago, 2002.
2. GONÇALVES, P. Oftalmologia. 4 ed. Rio de Janeiro: Atheneu,1975.
3. KANSKI, J.J. Oftalmologia Clínica: Uma Abordagem Sistemática. 4 ed. Rio de Janeiro: Rio Med, 2004.
4. ORÉFICE NL. Tratamento da ambliopia em crianças com idade acima dos 7 anos. Rev Bras Oftalmol 1992;51:387-90.
5. PINTO,J.M.; SOARES,L.B.Método Meir Schneider de Autocura (self healing).São Carlos: EdUFSCar/editora Hucitec,2003.
6. PROCIANOY, Edson, Procianoy, Letícia and Procianoy, Fernando. Resultados do tratamento da ambliopia com levodopa combinada à oclusão. Arq. Bras. Oftalmol., Out 2004, vol.67, no.5, p.717-720.
7. SCHNEIDER, M. O manual de autocura: método self-healing. São Paulo: Triom, 3 ed,2003.
8. SCHNEIDER, M. Manual de autocura, 2ª parte: patologias específicas: método self healing. São Paulo, 2 ed. , 2001.
9. TAKATORI, M.; BOMTEMPO, E.; BENETTON, M.J. O brincar e a criança com deficiência física: a construção inicial de uma história em terapia ocupacional. In: Cadernos de Terapia Ocupacional. UFSCar, V9 n. 2, 2001.p.91-105.

FONTE: http://www.absh.org.br/artigos/index/17/AMBLIOPIA_EM_TERAPIA_OCUPACIONAL

O Método Meir Schneider - Self-Healing


Meir Schneider define o método como um sistema holístico de recuperação da saúde que desenvolve a inteligência inata do corpo. Trata-se de um processo terapêutico no qual o terapeuta convoca a pessoa para trabalhar em prol da prevenção ou da recuperação, conclamando-o a envolver-se em um processo de conhecimento sobre as dinâmicas e potencialidades do próprio corpo. O método Meir Schneider - Self-Healing tem como premissa conscientizar o indivíduo de sua responsabilidade sobre a sua própria saúde. Nos atendimentos, procura-se ensinar o paciente a reconhecer seus padrões posturais e a conectá-lo com suas tensões e processos patológicos. Também se busca atuar nos padrões da mente já fixados, quebrando-os e permitindo que novos circuitos neurais se estabeleçam.”
As Técnicas

Algumas técnicas utilizadas nas sessões de Self-Healing são ensinadas ao paciente com objetivo de potencializar e maximizar as possibilidades de autocura do corpo. Com a prática constante destas técnicas é possível ativar as vias neurais, criar melhores condições para o funcionamento fisiológico e, com isto, possibilitar a recuperação de deficiências ou compensar perdas que já aconteceram. Há um amplo leque de recursos e, entre os mais utilizados podemos citar os seguintes:

RESPIRAÇÃO

Dentre as técnicas respiratórias é comum orientar o paciente para experimentar uma respiração profunda, realizada de forma lenta, suave e silenciosa. Esta forma de respirar é diferente daquela que se experimenta cotidianamente. Respirando assim pode-se estimular o sistema nervoso parassimpático e isto produz um efeito calmante e estabilizador sobre todo o corpo. As técnicas respiratórias são, na maioria das vezes, combinadas com os movimentos. A coordenação dos movimentos com a respiração facilita a percepção cinestésica e auxilia na realização de um movimento de melhor qualidade, não forçado ou mecânico.

MOVIMENTOS

O Método Meir Schneider - Self-Healing é uma terapia de movimento. Há um sistema inteiro de movimentos sutis, que são realizados com a atenção dirigida para membros, articulações, órgãos internos (como o coração, os pulmões e o intestino), ou seja, para todos os sistemas funcionais do corpo. É sempre possível ativar e melhorar movimentos negligenciados e os resultados têm se traduzido na melhora física e psíquica dos indivíduos. Utiliza-se também técnicas de movimento passivo. Estas favorecem a circulação local, aliviam tensões e podem ser um dos primeiros passos para se trabalhar com pacientes que estão muito debilitados. Com o movimento passivo relembramos ao cérebro o que é movimentar-se com leveza, equilíbrio e de forma fácil. Com estas técnicas também favorece-se a utilização só dos músculos indispensáveis à execução dos movimentos, evitando desgastes desnecessários, o que é bastante interessante quando se trata de prevenir ou corrigir contraturas, por exemplo. A indicação de práticas corporais na água é feita especialmente em casos onde o paciente está bastante enfraquecido, visto que é possível obter um fortalecimento dos músculos sem cansá-los muito.

MASSOTERAPIA

Há técnicas de massoterapia e de mobilização específicas utilizadas na aplicação do método. Por exemplo, há técnicas para regenerar e fortalecer os ossos e músculos, regenerar músculos distróficos, melhorar a transmissão neurológica e aumentar a mobilidade articular . Com a massoterapia procura-se relaxar o paciente e prepará-lo para o movimento. Estas técnicas têm criado nos indivíduos a sensação de que mais movimento é possível. As técnicas de massoterapia e de mobilização, quando utilizadas de forma combinada, ampliam-se mutuamente.


VISUALIZAÇÃO

Bastante utilizada no método principalmente para tornar os movimentos dos pacientes mais eficazes. A visualização (imagens mentais) é usada conjuntamente com a massoterapia, com a respiração e com o movimento. As visualizações são formas de obter a colaboração do cérebro na produção do resultado almejado.

No método utilizam-se, de uma forma combinada, massoterapia, movimentos (do passivo ao dinâmico), práticas de respiração, visualização, relaxamento e trabalho monitorado na água, quando possível.

Usando tais instrumentos o terapeuta de Self-Healing ajuda seus clientes a reverter o progresso de ampla variedade de condições degenerativas, como esclerose múltipla, distrofia muscular, pólio e pos-pólio, artrite, dores crônicas, problemas visuais como erros de refração (miopia, astigmatismo, etc.), glaucoma, degenerações de retina e muitas outras doenças dos olhos.

Self-Healing é a única modalidade de trabalho corporal que combina massoterapia, movimento e tratamentos para a melhoria da visão. Nenhum outro método faz esta combinação.

Fonte: http://www.self-healing.org.br

MEIR SCHNEIDER

MEIR SCHNEIDER 
MEIR SCHNEIDER
  Nasceu com graves problemas de visão. Uma série de cirurgias quando ainda criança deu-lhe a possibilidade de discemir luzes e sombras. Aos 17 anos, começou a se tratar com dois professores que lhe ensinaram exercícios e técnicas para reverter o processo de cegueira. Com esses exercícios e com sua excepcional força de vontade, quatro anos depois ele conseguiu um notável grau de visão e passou a usar os conhecimentos que recebera para desenvolver um sistema inteiramente novo de exercícios terapêuticos, combinando movimento, respiração e imagem mental. Sua fé no que estava fazendo inspirou-o, e aos que o cercavam, a se dedicar em tempo integral ao trabalho com pessoas cujos problemas físicos iam de dores de cabeça crônica a poliomielite e distrofia muscular, com êxito surpreendente. No decurso de tantos anos de prática, Schneider descobriu que os recursos proporcionados pela autocura são acessíveis a todos. Fazendo uso apenas de nossos recursos físicos, mentais e espirituais, ele acredita que podemos transformar as piores circunstâncias da vida numa oportunidade para conseguir uma saúde total e perfeita.

Exercícios para a saúde dos olhos

por Nicole Witek

"Quando o homem convive com a natureza e vive no seu habitat natural, a visão fica perfeita até o fim da vida". Essa frase de André Van Lysebeth, pioneiro em yoga no ocidente, com certeza vai deixar o leitor perplexo.
Para o cidadão de nossas cidades modernas, vivendo, trabalhando em lugares fechados onde o horizonte não tem mais do que cinco metros de distância, os músculos da convergência são sempre ativados e cansam. Isso gera tensões.
A luz, com intensidade sempre igual, o olhar pregado à tela do computador ou da televisão, a monocromia (letras pretas/papel branco), aliados a um trabalho irritante que gera tensões em todos os lugares do corpo, até no aparelho visual, são as causas principais que levam a distúrbios e a uma visão alterada.
Se você tem uma visão boa, os exercícios aqui são para manter seus olhos sadios. Se você tem miopia ou presbiopia (vista cansada), sua visão vai melhorar logo.
1º) De manhã, massagear de leve os globos oculares com os dedos indicadores médios, suavemente em contato com as pálpebras. Fazer movimentos circulares. Não pressione.
2º) Com os olhos fechados, apertar (fechar) firmemente as pálpebras e abri-las, piscar umas 20 vezes. Recomeçar cinco vezes. Quando você apertar as pálpebras você poderá até ouvir os músculos vibrarem.
3º) Colocar o indicador a uns 10 centímetros do nariz, e girar a cabeça da direita para esquerda alternativamente, apontando o nariz em direção ao ombro, SEM PARAR DE OLHAR O DEDO.

Assim você terá a impressão que o dedo se desloca da direita para a esquerda. Esse exercício dá uma grande mobilidade ao aparelho visual e relaxa toda musculatura ocular. É excelente também para a mobilidade das vértebras cervicais e para relaxar toda a musculatura do pescoço. Fazer 10 rotações com os olhos abertos e dez rotações com os olhos fechados. Sempre respirando calmamente.
4º) Coloque-se de frente para sol, tampe um olho com a palma da mão e faça esse mesmo movimento de rotação (usando o sol á sua frente no lugar do dedo), sem NUNCA fixar o sol (exceto ao levantar ou ao deitar quando o disco do sol esta ainda visível). A luz do sol vai se espalhar no fundo do olho e estimular a retina todinha.

Repetir com o outro olho e continuar durante dois minutos respirando calmamente.
5º) Depois deste exercício, tampe os dois olhos com as palmas da mão (conforme imagem abaixo) e deixá-los na escuridão total durante um ou dois minutos. O "palming" é sempre bom para o olho e nunca pode ser demais. É aconselhável fazer uns dez minutos de "palming" por dia.
Se não tiver sol, você pode fazer o mesmo exercício na frente de uma lâmpada com incandescência bem forte (150 watts). Fazer o "palming" indicado. A lâmpada será colocada a uns 50 centímetros do rosto. Não tem uma intensidade para as mãos no palming. As mãos ficam com duas cúpulas, sem pressionar os olhos, e so fazer uma 'câmara preta' para deixar o olho no escuro. É a duração que faz a eficiência, porque esse momento é de grande relaxamento dos olhos = relaxamento muscular e mental. Os pensamentos diminuem quando os olhos estão no escuro e conseguimos ao mesmo tempo imaginar o preto.
6º) A luz é amiga do olho. Evite sempre que puder os óculos de sol, exceto com prescrição do seu médico, em caso de doenças oculares ou em lugares onde a reflexão da luz seja alta como na neve, na água, em alto mar, etc.
É tudo o que precisamos para deixar nossa mente tranqüila e apta a fazer a nossa intuição aflorar. Em breve retornaremos ao assunto, mas clique aqui e leia mais sobre a saúde dos olhos.

Fonte:
http://www1.uol.com.br/vyaestelar/saude_olhos.htm

O Poder da Auto-Cura [saúde dos olhos]

Meir Schneider

Terapeuta Ucraniano conta como conseguiu reverter sua cegueira

Reportagem: Claudia Gisele Pinto

Foto: Luiz Paulo Kauffmann

Inserida em: 5/3/2002



As doenças, principalmente as irreversíveis, sempre atuaram entre os homens provocando medo e angústia. Ao se depararem com a problemática de adquirir um mal que não terá cura, as pessoas se dirigem a todos os meios e processos imagináveis, como o esoterismo, a paranormalidade e o espiritismo, na tentativa de reverter tal situação. São inúmeros os relatos de pessoas que recuperaram a saúde ou que negaram a condenação à morte.

A Auto-Cura é algo que a ciência não explicou e que não se pode prever. Imagina-se que esteja ligada a uma enorme energia interior que consegue agir diretamente ao corpo físico. O caminho para a compreensão destes fenômenos corresponde a um universo abstrato, povoado pelas dúvidas e suposições.

Durante passagem pelo Brasil, oportunidade em que realizou uma série de palestras e workshops, o terapeuta Meir Schneider concedeu uma entrevista a esta reportagem para contar sua experiência.

Meir nasceu na Ucrânia em 1954 com Catarata Congênita, além de outras complicações visuais. Foi criado como uma criança cega e alfabetizado pelo método Braille. Aos 16 anos, resolveu iniciar uma luta contra a cegueira, recuperando, aos 17, 80% de sua visão.

Com base em seu trabalho pessoal, Meir desenvolveu um método de reabilitação denominado Self-Healing. Em 1975 emigrou-se para os Estados Unidos, país onde se encontra radicado atualmente, e difundiu seu método.

Meir conta que quando nasceu, a medicina ainda não tinha evoluído o suficiente para que se evitasse sua cegueira.

"Quando uma criança nasce, ela enxerga por um momento, depois, durante suas primeiras oito semanas de vida, ela não vê mais nada. Após este período, o cérebro começa a enviar estímulos para que os olhos da criança iniciem o processo de desenvolvimento da visão. Caso os olhos não correspondam a estes estímulos, a criança fica cega, uma vez que a mente dela entenda assim", explica o terapeuta.

Se durante o período de oito semanas Meir tivesse sido operado, seus olhos seriam capazes de responder aos estímulos que sua mente enviava.

Os dois filhos de Meir também nasceram com Cataratas, mas, como foram operados no intervalo destas oito semanas, puderam desenvolver sua visão normalmente.

Sentidos: Como utilizar nosso corpo físico e nossa mente no auxílio à cura de doenças?
Meir:
O corpo tem um potencial incrível de se curar e de se proteger. Existem muitas maneiras de encontrar este potencial. Normalmente você encontra o que procura. Se você olha o corpo como um engenheiro, procurando algo que precisa ser concertado, você o enxerga de uma forma parcial e não completa. Mas se você olha o corpo como algo que pode ser melhorado e funcionar melhor, então você encontra respostas de como fazer isto.

Sentidos: E quais seriam estas maneiras?
Meir:
Nós temos 600 músculos no corpo e a maioria das pessoas utilizam apenas 50. Os músculos que não são trabalhados tendem a ter sua mobilidade prejudicada. Podemos estar relaxando os músculos que mais usamos e fortalecendo os outros. Este é o primeiro princípio de nosso trabalho: utilizar o potencial que temos. O segundo é o relaxamento. Eu não acredito em trabalhar duro para conseguir coisa alguma, eu acredito em trabalhar da forma mais relaxada possível.
O terceiro princípio é a conexão entre a mente e o corpo. A mente é capaz de bloquear as melhores coisas de nosso corpo e vice-versa.

Sentidos: Você fala em trabalhar sem esforçar muito os músculos. O que acontece então com os esportistas que trabalham exaustivamente seus músculos?
Meir:
Eu corro muito, às vezes até 40 km e sempre de uma maneira relaxada. A sensação ao correr tem que ser confortável, se não for, você paga um preço alto. Eu não vejo atletas com vida longa, eles normalmente não passam dos 60. O importante não é o que você consegue alcançar, mas a forma com que se alcança.

Sentidos: Nós criamos nossas doenças?
Meir:
Algumas vezes sim, outras não. Mas nós podemos corrigir as patologias de nossa mente. O meio exterior provoca a maioria de nossas doenças, mas nós as exacerbamos com a nossa mente. Um bom exemplo sou eu mesmo. Na minha infância eu lia em Braille e quando eu olhava de perto para entender as letras, meu professor dizia: olhe para longe, você precisa aprender a sentir as letras. Fui instruído a esquecer que eu sabia ver. É isto que a mente faz com as nossas funções, ou melhora ou piora.

Sentidos: Conte um pouco mais de sua experiência.
Meir:
Eu nasci com cataratas e esse não é um problema para adultos. Se você tem cataratas quando adulto, poderá ter o cristalino removido e passar a ver 95% do que via antes, sem maiores problemas. Mas se você nasce com cataratas, a coisa é diferente. Eu fui operado com quatro anos, com esta idade estava muito atrasado para conseguir a cura, pois a operação deveria ter sido feito entre minhas primeiras oito semanas de vida. Apesar de minha operação não ter tido sucesso, minha avó, que tinha uma filha surda e era muito curiosa, procurava levantar tudo o que tinha no mundo da medicina e persistia em outras operações. Fizeram todo tipo de experiência nos meus cristalinos, passei por cinco operações e acabei ficando apenas com 0,75% da visão. Fui criado como uma criança cega, mas eu não aceitava este rótulo de ser cego. Esta foi a razão pela qual eu consegui sair desta condição.

Sentidos: Como começou a desenvolver os exercícios?
Meir:
Um colega me passou os exercícios que tirou de um livro de um oftalmologista americano. Eu passava treze horas por dia praticando exercícios. A primeira coisa que minha professora ensinou era que, para enxergar, precisaria relaxar os olhos. O que pra mim foi difícil porque eu pensava: como relaxar olhos cegos?
O método que desenvolvi consiste em praticar exercícios com os músculos profundamente relaxados, estimular a oxigenação celular através de técnicas respiratórias e massagens corporais. O objetivo do método é criar uma conexão entre a mente e o corpo.

Sentidos: Você acredita que as pessoas podem se curar pela Fé?
Meir :
A fé pode fazer algumas coisas. Você pode acreditar que as coisas vão mudar, mas você tem que colaborar para isto, para as coisas acontecerem.

Sentidos: Você gostaria de deixar alguma mensagem?
Meir:
Sim. Hoje em dia eu sinto que as pessoas querem ter realizações através de caminhos curtos. Minha mensagem é que as pessoas percebam que precisam se abrir para as possibilidades que o corpo tem, precisam conhecer seu próprio potencial. Para se curar através do método que desenvolvi, a pessoa tem que acreditar no potencial de seu corpo.
Estou muito feliz de estar na sua revista, porque uma pessoa como eu tem uma certa dificuldade de ser incluído na sociedade. Eu não quero brigar pelas minhas idéias, eu quero que elas sejam aceitas.


Serviço
Para conhecer melhor Meir Schneider e o Método Self-Healing
Livros publicados:

  • Uma Lição de Vida - Editora Cultrix
    (My Life and Vision - Editora Penguin) traduzido em oito idiomas.





  • Manual de Autocura - volumes I e II Método Self-Healing - Editora Triom (The Handbook of Self-Healing - Editora Penguin)





  • Site: www.self-healing.com.br

    Fonte:
    http://sentidos.uol.com.br/canais/materia.asp?codpag=2000&codtipo=2&subcat=57&canal=talento
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    "Muitas mudanças ocorreram nos últimos vinte anos, quando teve início a prática da Baixa Visão em nosso país. O oftalmologista brasileiro, porém, ainda não se conscientizou da responsabilidade que lhe cabe ao determinar se o paciente deve ou não receber um tratamento específico nessa área. Infelizmente, a grande maioria dos pacientes atendidos e tratados permanece sem orientação, convivendo, por muitos anos com uma condição de cegueira desnecessária." (VEITZMAN, 2000, p.3)

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    NÃO ESQUEÇA!....

    NÃO ESQUEÇA!....

    FONTES PARA PESQUISA

    • A VIDA DO BEBÊ - DR. RINALDO DE LAMARE
    • COLEÇÃO DE MANUAIS BÁSICOS CBO - CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA
    • DIDÁTICA: UMA HISTÓRIA REFLEXIVA -PROFª ANGÉLICA RUSSO
    • EDUCAÇÃO INFANTIL: Estratégias o Orientação Pedagógica para Educação de Crianças com Necessidades Educativas Visuais - MARILDA M. G. BRUNO
    • REVISTA BENJAMIN CONSTANT - INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT