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20 de set. de 2008

UM POUCO DE TUDO O QUE ESTÁ RELACIONADO À VISÃO

Milhares de pessoas têm problemas de visão. Alguns destes problemas causam uma perda permanente na visão e inclusive podendo levá-los a cegueira. Este texto trata sobre um pouco de tudo o que está relacionado à visão, inclusive da importância da detecção precoce das enfermidades dos olhos em crianças e oferece alguma informação geral sobre a saúde dos olhos.
O profissional de estimulação e reabilitação visual deve estar apto a:
- Reconhecer as características psicológicas da criança e da família;
- Conhecer as características gerais e específicas do desenvolvimento global da criança dita “normal”;
- Conhecer as estruturas que sustentam a anatomia e fisiologia do olho;
- Compreender os caminhos que se produzem e supõem a transição das diferentes etapas evolutivas;
- Conhecer as distintas patologias e sua incidência na vida do sujeito;
- Adquirir marcos teóricos pertinentes para propor aos grupos de atendimentos situações de aprendizagem significativa;
- Compreender o papel da família, sua influência no processo de aprendizagem da criança cega ou com baixa visão;
- Conhecer as distintas capacidades e desvantagens e suas diferentes possibilidades de recuperação.
- Entender claramente as bases fisiológicas da produção dos reflexos;
- Explorar de maneira adequada os reflexos pupilares, que se examinam com maior freqüência na clínica.
- Reconhecer os nervos e níveis centrais explorados com cada um dos reflexos anteriores;
- Esquematizar a via óptica e correlacioná-la com a exploração dos reflexos pupilares no estado normal e patológico;
O olho tem muitas diferentes partes que ajudam na criação da visão. Para poder ver, primeiro a luz passa através da córnea, a superfície transparente em forma de cúpula que cobre a parte dianteira do olho. A córnea desvia ou refrata a luz que entra no olho. Logo, a íris (a parte colorida do olho) que regula o tamanho da pupila, a abertura no centro da íris que controla a quantidade de luz que pode entrar no olho. Atrás da pupila está o cristalino (a “lente” do olho), que é a parte clara do olho. A luz chega ao cristalino, ao qual enfoca mais a luz ou a imagem na retina. A retina é um tecido delgado, delicado, e sensível a luz, que cobre a parte de trás do globo ocular e contém células fotorreceptoras especiais que convertem a luz em sinais elétricos (impulsos elétricos) para transmitir as mensagens ao cérebro. Estes sinais elétricos são processados também e então viajam da retina do olho ao cérebro através do nervo óptico, que está composto por mais de um milhão de fibras nervosas (que transmitem as mensagens visuais dos olhos para o cérebro). Nós vemos com nosso cérebro, os olhos recolhem a informação visual e começam este completo processo.
Um exame completo da visão inclui: exame com dilatação das pupilas, tonometria, prova de acuidade visual e prova de campo visual.
No exame com dilatação das pupilas o oftalmologista, através de uma lente de aumento especial, examina a retina, buscando sinais de dano ou outros problemas no olho, como as retinopatias. A dilatação das pupilas possibilita ao oftalmologista ver se há alguma lesão no nervo óptico, o que ocorre quando uma pessoa tem glaucoma (neste caso é possível que a visão permaneça borrada por várias horas).


A tonometria ajuda a detectar o glaucoma ao medir a pressão do olho. Neste exame, o oftalmologista pode aplicar umas gotas de colírio que adormecem o olho.
Quanto será que uma pessoa pode ou não ver? ― esta é a maior indagação dos especialistas.
Por acuidade visual entende-se a capacidade que o olho tem juntamente ao cérebro, para perceber a figura e forma dos objetos a uma determinada distância, medida por uma fração matemática, na qual se expressa à relação de duas distâncias, da qual o numerador é a distância medida entre o sujeito e o optômetro e o denominador é a distância padrão de uma visão normal.
Para a prova de acuidade visual é usada a tabela de Snellen para medir a visão a diferentes distâncias. Uma pessoa com visão normal e/ou com uma correção de óculos a 10/10 possui a visão nítida de uma imagem visual perfeita.
A visão pode ser dividida em visão central e periférica, com acuidade visual de 20/20, e campo visual de 180º no plano horizontal e 140º no plano vertical.
Na prova do campo visual possibilita ao oftalmologista a medir sua visão lateral ou periférica (o que você vê dos lados). Esta prova ajuda a determinar se há perca de visão lateral, também um sinal do glaucoma.
Podemos conceituar campo visual como sendo a área visualizada quando o nosso olho se fixa num determinado ponto, ou seja, área que pode ser vista, sem que se movam os olhos. Refere-se à amplitude da nossa visão, aos limites de captação de informação por parte do olho.
A visão, por fim, depende da integração, complexa, de um sistema do qual os olhos são apenas uma pequena parte, envolvendo aspectos fisiológicos, funções sensório-motora, perceptiva e psicológica. A capacidade de ver e interpretar imagens visuais depende fundamentalmente da função cerebral, obedecendo as seguintes etapas:
a) o cérebro recebe a imagem;
b) compara e combina a imagem a outras informações sensoriais (cheiro, textura, etc.).
c) codifica;
d) seleciona;
e) armazena como banco de memória das experiências;
f) associa essas imagens a outras experiências anteriores.
A partir destas experiências cada pessoa constrói os seus conceitos próprios do mundo. O modo como nós armazenamos varia consoante o sentido que mais usamos e é claro que, para as pessoas têm todos os sentidos intactos, isto é feito através de imagens visuais. (GAYTON, 1987)
Há inúmeros conceitos de classificação quanto à deficiência visual. Sendo assim, é importante distinguir a sua disposição, variável a área atuante e programação proporcional, ou seja, inclui dois grupos de condição visual: cegueira ou baixa visão (também conhecida como diminuição visual ou visão subnormal), dependendo do direcionamento de suas atividades e objetivos a serem alcançados.
FILGUEIRA (1996) distribui a deficiência visual em quatro grupos: o primeiro em cegueira congênita (apresentadas no momento do nascimento ou em período imediato); o segundo em baixa visão (conhecida também como visão subnormal) cuja acuidade visual principal é de 10/30, no entanto a eficiência visual deverá ser levada em conta; o terceiro grupo em cegueira adquirida depois de 12 meses de vida; e o quarto, último grupo, considera cegueira ou baixa visão do Sistema Nervoso Central (onde cérebro e olho são anatomicamente normais, porém há deficiência na funcionalidade do córtex visual)
Entretanto, tanto a cegueira como a baixa visão, implicam problemáticas muito distintas, variantes em sua quantidade e qualidade visual, exigindo práticas específicas a cada uma destas, com tratamento precoce visando minimizar o processo de cegueira (em caso de doenças progressivas), estabilizar ou desenvolver a acuidade visual (como exemplo, a Retinopatia da Prematuridade), e com atendimento educacional adequado, programas e serviços especializados, a perda da visão não significará o fim de uma vida independente. Assim, não ameaçará uma vida futura plena e produtiva.
As características visuais, a sua vez, estão relacionadas à redução na agudez visual (qualidade visual) ou por uma ausência no campo visual – central e periférico - (quantidade visual). Estas se diferenciam nas dificuldades para visões de perto ou de longe, visão melhorada ou ausente durante a noite, visão nublada, manchada ou tubular, e outros.
A funcionalidade visual tem relação com as habilidades e capacidade que a pessoa tem ao realizar atividades visuais seja nos processos de leitura e escrita, atividades de vida diária, orientar-se e locomover-se, atividades de lazer e profissionalização.
Esta classificação não obedece apenas a critérios clínicos, definidos com base na medição da acuidade e campo visuais, principais funções visuais de grande relevância na capacidade de ver bem, mas a funcionalidade da eficácia operacional.
O conceito médico de cegueira é, assim, a medida da capacidade visual das pessoas portadoras de deficiências no órgão da visão. A medida utilizada para determinação da cegueira é a acuidade visual definida por Rocha e Ribeiro - Gonçalves (1987): "como o grau de aptidão do olho para discriminar os detalhes espaciais" (p.31), (apud Amiralian, 1997) sendo os cones foveais responsáveis pela acuidade visual central que compreende a visão de forma e de cores. O diagnóstico da cegueira neste caso é fundamentalmente médico, centrando-se na capacidade visual do sujeito após a oferta de todos os recursos medicamentosos e cirúrgicos necessários e correções ópticas possíveis.

BIBLIOGRAFIA
GAYTON, R. (1987). The Child/Youth and Body, in Proceedings of the 8th Quinquennial Conference of the International Council for Education of the Visually Handicapped, pp. 54-60. Würzburg: ICEVH.
FILGUEIRA, MM. A assistência fisioterápica à criança portadora de cegueira congênita. Revista Benjamin Constant – Mec. Centro de Pesquisa, Documentação e Informação. Rio de Janeiro, v. V, dez. 1996.
AMIRALIAN, M. L. T. M. Compreendendo o cego: uma visão psicanalítica da cegueira por meio de desenhos-estórias. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
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"Muitas mudanças ocorreram nos últimos vinte anos, quando teve início a prática da Baixa Visão em nosso país. O oftalmologista brasileiro, porém, ainda não se conscientizou da responsabilidade que lhe cabe ao determinar se o paciente deve ou não receber um tratamento específico nessa área. Infelizmente, a grande maioria dos pacientes atendidos e tratados permanece sem orientação, convivendo, por muitos anos com uma condição de cegueira desnecessária." (VEITZMAN, 2000, p.3)

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FONTES PARA PESQUISA

  • A VIDA DO BEBÊ - DR. RINALDO DE LAMARE
  • COLEÇÃO DE MANUAIS BÁSICOS CBO - CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA
  • DIDÁTICA: UMA HISTÓRIA REFLEXIVA -PROFª ANGÉLICA RUSSO
  • EDUCAÇÃO INFANTIL: Estratégias o Orientação Pedagógica para Educação de Crianças com Necessidades Educativas Visuais - MARILDA M. G. BRUNO
  • REVISTA BENJAMIN CONSTANT - INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT