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27 de dez. de 2010

Recursos ópticos dão independência a bebês e crianças com baixa visão

Saúde. Equipe multidisciplinar da Santa Casa de São Paulo ensina pessoas com deficiência visual a aproveitarem ao máximo suas capacidades; com estratégias para driblar o problema, elas frequentam a escola, estudam, brincam e desenvolvem autonomia

26 de dezembro de 2010 | 0h 00

O celular de Paulo Cesar de Souza toca sem parar. Ele tem uma rotina agitada para um jovem de 27 anos. É pai solteiro, presidente de ONG, editor de um jornal online e estudante de Direito. Quando o telefone chama, o rapaz quase cola o aparelho no rosto para enxergar o número de quem está ligando. Vítima de toxoplasmose congênita, é cego de um olho e tem apenas 30% de visão no outro.

Werther Santana/AE
Werther Santana/AE
Aprendizado. A menina Raissa, de 1 ano e 4 meses, durante sessão de estimulação visual com a mãe, na Santa Casa

"Conheço pessoas que enxergam o mesmo tanto que eu, mas nem saem de casa sozinhas. Dependem dos pais para tudo." Paulo tem um escritório. Presta serviço para empresas como consultor de risco e fraudes. Já trabalhou nos Correios, Tribunal de Justiça e Ministério Público. Foi dono de loja na Galeria do Rock.

Paulo teve sorte. Seu pai não se conformou quando os médicos disseram que ele, então com 2 meses, não seria uma "criança normal". Quando fez 1 ano, foi encaminhado para o Setor de Visão Subnormal da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde há um programa para ensinar crianças a tirar o máximo proveito da pouca visão que possuem.

A equipe atende mais de 300 crianças por ano. Muitas chegam ainda bebês, como Raissa Barbosa, atropelada quando tinha 1 mês e passeava com a mãe na calçada. Seus olhos são perfeitos, mas, por causa do trauma, seu cérebro perdeu a capacidade de interpretar as imagens.

Desde os 6 meses, Raissa faz sessões semanais de fisioterapia para estimular a visão e as funções motoras. Hoje, com 1 ano e 4 meses, senta com apoio e controla melhor a cabeça. Sua capacidade visual também melhorou.

"Bebês como Raissa precisam de ajuda para aprender a brincar e a interagir", explica a fisioterapeuta e psicopedagoga Ana Lucia Pascali. "Orientamos a mãe a se aproximar sempre que falar com a criança, para que ela possa perceber seu rosto. Isso melhora a capacidade de fixar a visão."

A intervenção precoce também ajuda a prevenir dificuldade de sociabilização, atraso na fala e no desenvolvimento motor e intelectual, diz a fisioterapeuta Luciana Cardoso.

Há vários graus de visão subnormal (mais informações nesta pág.). O tipo de Raissa é o mais grave, mas como a habilidade de enxergar é desenvolvida nos cinco primeiros anos de vida, ela tem chance de melhorar.

Treino. À medida que a criança cresce e se aproxima da idade escolar, é treinada a usar recursos como a telelupa, espécie de telescópio cuja capacidade de aumento é adaptada à necessidade de cada paciente. "Para acompanhar as aulas, ela tem de aprender a localizar o ponto onde deve fixar a visão, acertar o foco com agilidade e mudar de lugar para fazer a leitura", explica a oftalmologista Giceli Rodrigues, chefe do Setor de Visão Subnomal.

Quando a criança está apta, recebe a prescrição para comprar o aparelho, que custa R$ 400. Para as famílias que não conseguem arcar com os custos, como a de Roque Júnior Teixeira, de 7 anos, a equipe busca doações.

Roque está na 1.ª série do ensino fundamental e domina a telelupa há dois anos. Portador de aniridia, doença genética caracterizada pela falta da íris, aos 5 meses ele usava óculos com 12 graus para correção de hipermetropia. Hoje, as lentes têm 1 grau e sua vida é como a de qualquer garoto: anda de bicicleta, joga bolinha de gude e assiste à televisão com rosto colado na tela.

Na escola, ele senta perto da lousa e usa materiais adaptados, como cadernos com linhas mais grossas e largas, lápis com ponta maior e uma prancha para apoiar o livro e aproximá-lo da vista.

"Tem gente que acha que essa proximidade do caderno ou da tela do computador pode prejudicar ainda mais a vista, mas é um engano", explica Giceli. A equipe explica como os professores podem ajudar. "A deficiência não pode ser fator de exclusão. A pessoa deve ir à escola, à faculdade, trabalhar, ter vida social e ser independente", diz a médica.

Paulo está conquistando esses objetivos. Hoje vai à Santa Casa duas vezes por ano para consultas de rotina. "São os mesmos médicos que me atendiam quando eu era criança. Na época, eram estagiários e hoje cada um é chefe do seu setor. Batem o olho e sabem quem sou eu."

FONTE: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101226/not_imp658260,0.php

VISÃO SUBNORMAL – PERGUNTAS E RESPOSTAS

• Como determinar a porcentagem da visão?

A VISÃO é uma soma de várias funções visuais: ACUIDADE VISUAL, CAMPO VISUAL, VISÃO CROMÁTICA (visão para cores), ESTEREOPSIA (percepção de profundidade) e outras. Quando se falava em porcentagem de visão, a referência era com relação a agudeza visual que é o exame clássico de ver letras ou desenhos a uma determinada distância. Dependendo da patologia, a pessoa portadora de visão subnormal pode ter uma baixa acuidade visual e se tiver um campo visual reduzido, terá dificuldade na de ambulação. Por isso não é possível que considerem a primeiro exemplo como uma porcentagem baixa de visão e o segundo com uma porcentagem alta.

• Faz mal ver televisão de perto?

Não há nenhuma prova científica que possa afirmar que a emissão de raios catódicos pela TV possa trazer algum dano ao globo ocular. É comum este tipo de queixa com crianças no atendimento oftalmológico no dia a dia e na maioria das vezes não se encontra nenhuma patologia. Além da indicação do exame oftalmológico, é bom ressaltar a importância de que nos casos de visão subnormal, a magnificação obtida pela pouca distância faz a diferença para ver melhor e serve como ESTIMULAÇÃO VISUAL quando necessário. Apesar dos palpites de que faz mal, não há contra-indicação para ver TELEVISÃO de perto.

• A partir de que idade, a pessoa que tenha algum problema visual, deverá ser submetida a uma avaliação de Visão Subnormal?

Desde o nascimento. Nasceu de um recém nato prematuro, ou que tenha tido algum sofrimento no parto (ver GRAVIDEZ), ou que haja a constatação de algum dano ocular por infecção ou outra causa, deverá ser submetido após a avaliação oftalmológica e avaliação de visão Subnormal. No caso de um recém nato ou uma criança de baixa idade, poderá ser indicada a ESTIMULAÇÃO VISUAL precoce.

• Com que visão deve-se procurar atendimento de Visão Subnormal?

Se após a avaliação oftalmológica, a VISÃO com a melhor correção ótica (ÓCULOS, LENTE DE CONTATO) não puder melhorar com algum tratamento clínico ou cirúrgico e se isso impedir a pessoa de fazer uma determinada atividade, considera-se que a funcionalidade de Visão está diminuída e neste caso há a indicação de fazer a avaliação de Visão Subnormal para determinar a possibilidade de algum RECURSO ÓTICO a ser utilizado.

• Um portador de Retinose Pigmentar teria algum recurso de Visão Subnormal que lhe permitisse dirigir?

A RETINOSE PIGMENTAR leva a uma diminuição progressiva do CAMPO VISUAL. Dependendo do acometimento do campo visual, e no momento não se dispõe de RECURSO ÓTICO que possa aumentá-lo para permitir a prática de direção, pois a mesma exige um campo visual amplo.

• Uma criança que apresenta lesão de mácula, pois a mãe na gravidez contraiu Toxoplasmose. Teria algum tipo de tratamento para ela?

A TOXOPLASMOSE congênita (ver GRAVIDEZ) quando acomete só a MÁCULA, produz uma cicatriz, que impede a VISÃO CENTRAL (ver ESQUEMA) que é responsável pela visão de detalhes (leitura, etc....). Até o momento não se dispõe de um tratamento para remover cicatriz e substituí-la por tecido saudável. Esta condição costuma ser estável e permita uma boa funcionalidade de visão. Nestes casos a Visão Subnormal poderá ajudá-lo a ter uma qualidade de Visão funcional melhor.

• Caso um idoso apresente baixa de visão recente por ter contraído degeneração macular senil há indicação para Visão Subnormal?

A DEGENERAÇÃO MACULAR (ver MÁCULA) relacionada a idade é a maior causa de deficiência visual adquirida no mundo, em pessoas acima de 60 anos. Dependendo do tipo (com ou sem neovascularização subretiniana) e da área atingida, os RECURSOS ÓTICOS de visão subnormal podem ser úteis para uma melhor performance visual.

• A avaliação de Visão Subnormal está indicada para pacientes com Diabetes?

A Visão Subnormal está indicada para qualquer caso em que a pessoa não consiga uma boa funcionalidade de visão com os recursos óticos convencionais (ÓCULOS, LENTE DE CONTATO). Faz-se necessário a avaliação oftalmológica e o tratamento indicado. No caso de DIABETES, a pessoa deverá manter um bom controle clínico e ter avaliação constante de Retinopatia Diabética (ver RETINA). Uma vez definido e controlado o estágio de patologia de base, a pessoa estará apta para a avaliação de Visão Subnormal.

• Os recursos de Visão Subnormal são raros?

Alguns sim, outros não. Atualmente dispõe-se de alguns RECURSOS fabricados no Brasil. Alguns dos recursos importados são mais acessíveis hoje do que há alguns anos atrás. O mais importante é que o paciente seja avaliado e junto com a prescrição dos recursos, independente de eles serem adquiridos ou não, serão feitas as recomendações para otimizar a funcionalidade da visão independente de recursos.

• A Visão Subnormal se baseia somente na prescrição de lentes especiais?

Não. Pode se dispor de RECURSOS ÓTICOS, não óticos, tecnológicos e não visuais. A uma pessoa que tenha dificuldade de deambular por apresentar um CAMPO VISUAL reduzido, poderia ser sugerido “Orientação e Mobilidade” que permitirá autonomia na deambulação. O uso de boné e protetores laterais no caso de pessoas albinas, diminui o desconforto com a luz. Outras orientações como reforçar o contraste, sentar próximo ao quadro, xerox ampliada também não dependem de recursos óticos.



FONTE: http://www.ibc.gov.br/?itemid=124

13 de dez. de 2010

EXERCÍCIOS PARA ENXERGAR MELHOR

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Fisioterapia ocular pode ajudar quem sofre de certos problemas de vista. Tratamento ainda é pouco difundido no RN
Erta Souza // ertasouza.rn@dabr.com.br

Técnica ainda pouco conhecida de grande parte da população, a fisioterapia ocular (isso mesmo, exercícios para os olhos!) tem ajudado muitas pessoas a progredir visualmente em diversos transtornos visuais como hipermetropia e doenças como catarata. A fisiterapia ocular também é utilizada nos pacientes que têm visão subnormal - aquela que não está dentro da normalidade e não é usada pelos dois olhos (binocular). Embora seja mais utilizada na melhoria de doenças e distúrbios visuais, a prática também é usada para corrigir falhas na visão das pessoas que usam excessivamente o computador, a televisão ou o vídeo game. Apesar da demanda crescente, o Rio Grande do Norte ainda não conta com profissionais específicos na área.


O menino Pedro, de um ano e 10 meses, já teve seu grau reduzido após seis meses de sessões Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/D.A Press
Com o objetivo de estimular o progresso neuropsicomotor de crianças portadoras de Sindrome de Down e vítimas de paralisia cerebral, a fisioterapeuta especialista em desenvolvimento infantil, adolescência e aprendizagem, Dione Macêdo Pinheiro de Brito, iniciou há mais de 10 anos a estimulação visual em crianças através de técnicas da fisioterapia ocular. Como os resultados surtiram o efeito esperado, a fisioterapeuta sentiu a necessidade de cada vez mais aprimorar o conhecimento através de cursos e congressos específicos na área de visão subnormal.

Dione conta que apesar de ser composta de exercícios simples, a estimulação visual deve ser recomendada por um ofatalmologista. "Fazemos os exercícios com objetos coloridos, com alto constraste de cores, luminosos ou iluminados", explica. Além da estimulação com a especialista na clínica, a criança deve fazer os exercícios em casa junto com a família que nesses casos tem uma grande importância na recuperação dos "pequenos".

Mesmo nos casos de doenças em que a estimulação visual é apenas "complemento" do tratamento neuropsicomotor, a fisioterapeuta tem notado uma melhora significativa no desenvolvimento infantil. Nos casos em que a estimulação visual está entre as principais alternativas de tratamento das crianças com algum tipo de dificuldade visual, os exercícios devem ser feitos com mais rigor pelos pais. O estrabismo, falta de paralelismo entre os olhos, é o caso mais comum, segundo a fisoterapeuta Dione Macêdo. Ela explica que nesses tipo de desvio é comum ocorrer a ambliopia, o cérebro selecionar apenas a imagem do melhor olho, ocasionando o descarte das imagens do outro, chamado popularmente de "olho preguiçoso". "Muitos pais ficam em dúvida se os filhos estão ou não estrábicos quando ainda são bebês, por isso o recomendado é procurar um oftalmologista quando a criança completar dois meses", disse.

Edição de domingo, 12 de dezembro de 2010

FONTE: http://www.diariodenatal.com.br/2010/12/12/cidades1_0.php
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"Muitas mudanças ocorreram nos últimos vinte anos, quando teve início a prática da Baixa Visão em nosso país. O oftalmologista brasileiro, porém, ainda não se conscientizou da responsabilidade que lhe cabe ao determinar se o paciente deve ou não receber um tratamento específico nessa área. Infelizmente, a grande maioria dos pacientes atendidos e tratados permanece sem orientação, convivendo, por muitos anos com uma condição de cegueira desnecessária." (VEITZMAN, 2000, p.3)

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NÃO ESQUEÇA!....

NÃO ESQUEÇA!....

FONTES PARA PESQUISA

  • A VIDA DO BEBÊ - DR. RINALDO DE LAMARE
  • COLEÇÃO DE MANUAIS BÁSICOS CBO - CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA
  • DIDÁTICA: UMA HISTÓRIA REFLEXIVA -PROFª ANGÉLICA RUSSO
  • EDUCAÇÃO INFANTIL: Estratégias o Orientação Pedagógica para Educação de Crianças com Necessidades Educativas Visuais - MARILDA M. G. BRUNO
  • REVISTA BENJAMIN CONSTANT - INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT