Esse blog foi criado com o intuito de auxiliar pais, estudantes e profissionais com relação a dúvidas e fonte de pesquisa para realização de trabalhos práticos e teóricos, bem como, no esclarecimento para melhor entendimento dos serviços de estimulação e reabilitação visual com um enfoque pedagógico.
20 de fev. de 2010
A FORMAÇÃO DO OLHO
Estas são as fases mais significativas:
Estas são as fases mais significativas:
4 semanas (embrião 6 mm e 0,5 g aproximadamente): destacam-se já as vesículas que darão lugar aos olhos.
5 semanas (embrião de 14 mm. aprox.): os olhos começam a surgir.
2º mês (feto 4 cm e 5 gramas aproximadamente): os olhos já começam a destacar-se, embora não sejam mais que alguns pequenos orifícios no crânio
Na primeira imagem já pode observar a formação das pálpebras, sobre o cristalino dos olhos, que no decorrer dos próximos dias, tomará sua forma ovalada. As Pálpebras superiores e inferiores estão unidas e fechadas, não abrirão até o sétimo mês.
5º mês (feto 25 cm e 250 gramas aproximadamente): aparecem as sobrancelhas e as pestanas, que começam a cobrir-se de uma incipiente penugem ou pêlos.
7º mês (feto 35 cm e 1.200 gramas aproximadamente): abre e fecha seus olhos já que os globos oculares estão perfeitamente formados e em disposição para exercer suas funções. Percebe a luz como um fraco brilho avermelhado.
9º mês (feto de 45/50 cm. e 2.500/3.200 gramas aprox.): o processo de formação anatômica foi concluído e o dispositivo visual está completamente desenvolvido, com exceção da parte mais importante da retina, que acaba seu desenvolvimento no final do primeiro ano de vida da criança.
No recém-nascido, é característica a cor da Iris ser geralmente de um azulado apagado até alcançar sua coloração definitiva após alguns meses.
FONTE: http://usuarios.discapnet.es
.
.
COMO SEU OLHO FOCALIZA
Quando você olha para algo, três coisas devem acontecer: a imagem deve ser reduzida para se ajustar na retina; a luz dispersada deve se concentrar, isto é, deve focalizar na superfície da retina e a imagem deve estar curvada para acompanhar a curvatura da retina. Para fazer tudo isso, o olho dispõe de uma lente (cristalino) entre a retina e a pupila (o “olho mágico” no centro de seus olhos, que permite a entrada da luz até o fundo do olho) e uma cobertura transparente ou córnea (a entrada do olho). O cristalino, que poderia ser classificado como uma lente "positiva" porque é mais grosso em seu centro, trabalha juntamente com a córnea para focalizar a imagem na retina
.
.
CONCEPÇÕES E CONCEITOS DE DEFICIÊNCIA VISUAL
“A acuidade visual foi concebida por Haddad, Sampaio e Kara (2001) como a medida do poder de resolução do sistema visual que forneceria informações sobre a integridade desse sistema.” (BRUNO,2005, p.5)
Figueira (1996) distribui a deficiência visual em quatro grupos: o primeiro em cegueira congênita (apresentadas no momento do nascimento ou em período imediato); o segundo em baixa visão, conhecida também como visão subnormal (cuja acuidade visual principal é de 10/30, no entanto a eficiência visual deverá ser levada em conta); o terceiro grupo em cegueira adquirida depois de 12 meses de vida; e o quarto, último grupo, considera cegueira ou baixa visão do Sistema Nervoso Central (onde cérebro e olho são anatomicamente normais, porém há deficiência na funcionalidade do córtex visual). Para isto, foram desenvolvidas escalas e tabelas especiais que possibilitem a avaliação de cada uma destas funções.
“Muitos oftalmologistas também utilizam essas tabelas como parâmetro de acompanhamento da evolução de uma doença ou de um tratamento específico.” (VEITZMAN, 2000, p. 2)
As medições de acuidade visual não descrevem as habilidades funcionais e de desenvolvimento da criança. Desta forma, os testes padrão de acuidade (descrição de figuras) e de orientação visual (directional eye testing) poderão diagnosticar de forma inapropriada, tanto os casos de crianças com baixa visual quanto atraso no desenvolvimento. Tal situação poderá ocorrer por haver nestes casos, crianças que não desenvolveram suas principais habilidades visuais (como interpretação, busca visual, acomodação, etc). Esta atitude clínica se diferencia da relação analítica clássica, que é a da interpretação. O sujeito precisaria inicialmente desenvolver sua linguagem para se constituir como ser falante. Para PIAGET (1986) a construção da linguagem depende da função simbólica, ou seja, da capacidade que a criança adquire por volta de um ano e meio ou dois anos de distinguir o significado do significante, entretanto, no caso de crianças com baixa acuidade visual esta capacidade poderá desenvolver-se mais tarde.
Tais referências classificam o portador de deficiência segundo suas características visuais e/ou mediante sua funcionalidade visual. A funcionalidade visual tem relação com as habilidades e capacidades em realizar atividades visuais, seja nos processos de leitura e escrita, atividades de vida diária (escovar os dentes, pentear os cabelos, tomar banho, etc), orientar-se e locomover-se em ambientes, atividades de lazer e profissionalização. Esta classificação não obedece apenas a critérios clínicos, determinados através da medição da acuidade e campo visuais (principais funções visuais), mas a funcionalidade da eficácia operacional.
As crianças com disfunções visuais apresentam melhores resultados do que as crianças visualmente ‘normais’ em testes de memória em curto prazo e em testes de atenção, possivelmente terão uma atuação expressivamente pior na concepção de associações (devido à captação fragmentada e distorcida de conceitos, mesmo quando estes são simples). Isso ocorre mediante a falta de experiências que limita a capacidade de associar idéias a objetos (Kirk & Gallager, 1996), pois, não existem “receptores nem leitores, mas apenas construtores e intérpretes” (HERNÁNDEZ, 2003, 144) visto que a assimilação não é simplesmente uma relação passiva, de dependência, mas pelo contrário, é conseqüência de um intercâmbio harmonizado com as experiências que cada indivíduo tem vivenciado. A imagem, ao evocar conceitos, reproduções, experiências, aparências, objetos e interesses, incorpora afinidades entre individualidade e a edificação social da compreensão, operando um processo de mediação entre percepção, pensamento e realidade externa.
REFERÊMCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNO, M. M. G. Avaliação Educacional de alunos com baixa visão e múltipla deficiência na educação infantil: uma proposta de adaptação e elaboração de instrumentos. Marília, Tese de Doutorado Abril 2005. Unesp.
HERNÁNDEZ, F. Educación y cultura visual. Barcelona: Octaedro, 2003.
PIAGET, Jean. A representação do mundo pela criança. (s.d.) Rio de Janeiro, Record. 1986.
ROCHA, Fundação Hilton. Ensaio sobre a problemática da cegueira Prevenção-Recuperação-Reabilitação. Belo Horizonte: Ed. Fundação Hilton Rocha, 1987.
VIETZMAN, Silvia. Visão subnormal – Rio de Janeiro : Cultura Médica ; São Paulo : CBO ; CIBA Vision, 2000 192p. – (Manuais básicos / CBO ; 17).
.
A CRIANÇA COM BAIXA VISÃO
Veja algumas dicas que podem auxiliá-lo no aprendizado em casa ou escola:
1. Converse com a professora para que inclua seu filho(a) em todas as atividades da classe.
2. Deixe a criança perto de janelas e do quadro-negro e na primeira fileira da sala. Também deve ser evitada posição em que haja muita reflexão de luz sobre a lousa. A coordenação da escola deve permitir que a criança levante-se para chegar perto da lousa ou mudar de lugar para copiar o que está escrito.
3. Converse com a coordenação da escola para que permita que a criança grave a aula. A criança com baixa visão é mais vagarosa ao anotar itens da lousa.
4. A escola deve permitir que a criança copie ou faça xerox do caderno anotações do colega. Cuidado para a criança ficar mal acostumada e não prestar atenção na aula. Converse com ela e explique o motivo de tal atitude.
5. Utilize um apoio para ler e escrever. Este apoio pode ser encontrado em lojas de produtos oftálmicos de apoio a baixa visão . Além de ajudar na baixa visão ele proporciona uma boa postura essencial para o não desenvolvimento de escoliose e cifose. Você também pode construir o seu. Veja o modelo na foto ao lado.
6. Permita que a criança use um caderno com pauta mais larga. Eles podem enviar pelo correio para todo Brasil. Caso você não tenha condições de adquirir faça o que segue:
As linhas do caderno devem ser reforçadas com caneta preta grossa ou azul e a distância entre elas aumentada. No caderno comum, reforça-se uma linha sim e outra não. A letra deve ser bem simples e, algumas vezes, ampliada. Você pode fazer vários testes com a distância entre as linhas e a grossura da mesma e pedir para a criança escolher qual é mais confortável para ela. Quando chegar ao modelo ideal, faça várias xerox de boa qualidade deste padrão e forme um caderno para seu filho(a).
7. Para realizar jogos, por exemplo, existem dados com números, letras e baralhos em tamanho maior.
8. Deixe a criança posicionar a cabeça, o olhar ou mesmo aproximar-se para examinar atentamente o objeto que não pode ver.
9. Desenhos complexos com muitos detalhes são difíceis de serem totalmente vistos. Ajude a criança, caso ela tenha lição e converse com a professora, caso ela possa ter outros com menos detalhes.
10. Use o de lápis 6-B, que é bem escuro, nas atividades de escrita, e caneta hidrográfica para contornar os desenhos; estes devem ser bem simples, evitando-se muitos detalhes.
11. Livros com letras ampliadas;
12. Os óculos devem estar sempre ajustados, limpos (lavar qdo necessário com sabonete liquido), nunca devem ser apoiados com as lentes para baixo, devem ser guardados dentro da caixa.
13. No computador deixe a criança, caso não tenha auxílio óptico, ampliar as letras.
14. Ir ao oftalmologista freqüentemente, pois após 7 anos de idade , o cérebro não aceitará quaisquer modificações nessa visão fraca , e nada( tratamento ou cirurgia) irá trazê-la de volta. Você deve levar seu filho a partir de 1 ano ao oftalmologista.
15. Durante a leitura, o uso de uma régua(não transparente) para marcar a linha ou uma cartolina preta com uma abertura no centro, quer serve para destacar cada linha;
16. Bonés podem ajudar a diminuir a reflexão excessiva da luz em ambiente externo.
17. Lentes de ampliação:
O professor e os pais devem conhecer previamente o auxílio óptico do aluno e se conscientizar de sua utilidade, encorajando-o a usá-lo. Veja como a lenta pode ser utilizada
Para perto:
Utilizamos lentes que aumentam o tamanho da imagem, diminuímos o campo de visão,ou seja, a área focada é menor do que o normal.
Pode-se também fazer uso de lupas manuais (que podem ser levadas na mala da escola) ou de apoio, com aumentos variáveis que propiciem maior conforto e eficiência na leitura. Devem ser mantidas próximas ao material de leitura.
Nos casos de leitura prolongada, as lupas de apoio são de grande valia. Elas apresentam a vantagem de sua base já as colocarem na distância correta de utilização em relação ao material de leitura ou estudo, variando, assim, apenas a posição do olho do observador.
Para longe:
Utiliza-se as telelupas. Elas podem ser monoculares (em um olho) ou binoculares (nos dois olhos).
As monoculares podem ser presas ao pescoço por uma alça, evitando-se a perda da mesma.
A criança pode utilizar para observar o quadro negro, assistir à TV, reconhecer ônibus ou pessoas.
Quanto mais poderosa, menor é o campo de visão (área de visão) e exigem alguma destreza manual e treinamento para sua utilização.
18. Luminárias de apoio: A luminária deve ter braços flexíveis e ajustáveis, a criança escolherá a posição mais confortável. Algumas crianças com baixa visão preferem não utilizar a incidência direta da luz, desta forma, deixe-a experimentar diversas posições e tipos de luminária até encontrar a mais adequada. Se for possível leve o caderno e teste na loja de compra de luminária a mais ideal.
FONTE DE PESQUISA:http://www.marfan.com.br/vivendo_marfan/asp_oftalmico/infancia/
.
"Muitas mudanças ocorreram nos últimos vinte anos, quando teve início a prática da Baixa Visão em nosso país. O oftalmologista brasileiro, porém, ainda não se conscientizou da responsabilidade que lhe cabe ao determinar se o paciente deve ou não receber um tratamento específico nessa área. Infelizmente, a grande maioria dos pacientes atendidos e tratados permanece sem orientação, convivendo, por muitos anos com uma condição de cegueira desnecessária." (VEITZMAN, 2000, p.3)
..
NÃO ESQUEÇA!....
FONTES PARA PESQUISA
- A VIDA DO BEBÊ - DR. RINALDO DE LAMARE
- COLEÇÃO DE MANUAIS BÁSICOS CBO - CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA
- DIDÁTICA: UMA HISTÓRIA REFLEXIVA -PROFª ANGÉLICA RUSSO
- EDUCAÇÃO INFANTIL: Estratégias o Orientação Pedagógica para Educação de Crianças com Necessidades Educativas Visuais - MARILDA M. G. BRUNO
- REVISTA BENJAMIN CONSTANT - INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT