ACOMPANHE ESSE BLOG DE PERTO!

16 de nov. de 2010

Senac: Como entender a receita?

*Alex Dias


A receita para óculos, também conhecida como prescrição óptica, ou simplesmente prescrição, quando citada em diversos textos é chamada pela abreviação “Rx”, símbolo que na realidade é “um erre maiúsculo com a perninha cortada” e, quando colocado em uma receita, indica uma ordem do tipo “receba e execute dentro da técnica adequada”, prática antiga na prescrição de medicamentos.

Alguns profissionais utilizam o receituário comum para prescrever as lentes, porém a maioria prefere as que já vêm impressas, necessitando somente completar as informações. Variam de forma e possuem alguns elementos comuns ilustrados na figura a seguir.

altNo cabeçalho ou no rodapé da receita normalmente temos as informações relativas ao profissional que a prescreveu: nome completo, telefone, endereço e, eventualmente, alguns dados relativos à sua formação acadêmica. No corpo da receita podemos destacar alguns campos:
• Campo 1 - Preenchido com o nome do cliente.
• Campo 2 - indica um diagrama, antigamente denominado de TABO, que é sigla da associação de ópticos alemães que propôs esta escala e foi adotada internacionalmente como referência para determinação da posição do eixo de uma lente cilíndrica. Alguns profissionais, no momento da prescrição, fazem questão de marcar a caneta, sobre a escala, a posição do eixo para reforçar sua recomendação.
• Campo 3 - Preenchido para os casos em que a prescrição estiver destinada para longe, caracterizando as ametropias usuais: Miopia, Hipermetropia e Astigmatismo. No caso da miopia e da hipermetropia a prescrição será somente de lentes esféricas, portanto os campos referentes às colunas “cil.”, que correspondem à dioptria cilíndrica e “eixo” não estarão preenchidos. Outro caso comum são as lentes plano-cilíndricas: os profissionais preenchem com a palavra “plano” a coluna correspondente ao esférico, ou simplesmente não anotam nada e anotam a dioptria cilíndrica e o eixo.
• Campo 4 - Preenchido nos casos de presbiopia, onde surge um caso comum de confusão: se na hipermetropia usamos lentes positivas e na presbiopia também, como diferenciamos os dois problemas? Justamente pela forma em que se apresenta a prescrição. Este campo pode ser preenchido com a receita completa para perto ou simplesmente com a adição recomendada.
• Campo 5 – Preenchido nos casos em que houver uma recomendação de prisma a ser aplicado na receita. Caso não existam as colunas deste campo as recomendações serão colocadas no campo de observações.
• Campo 6 – Informações relativas à tomada de medida de distância pupilar. Atualmente com grande preocupação para a medição da DNP (distância naso- pupilar) muito importante no caso das lentes progressivas e é frequentemente preenchida com as letras “AM”, que significa “a medir”. Muitos profissionais delegam ao óptico esta tarefa.
• Campo 7 - Recomendações adicionais como filtros especiais, aplicação de alguma coloração específica ou outro tratamento e mesmo recomendações adicionais relativas à confecção da lente ou da armação (por exemplo, existem casos em que o profissional pode recomendar armações de aros grandes em função de tratamento terapêutico; óculos para crianças; orientações especiais relativas à tomada de medidas e cuidados adicionais relativos a adaptação de óculos, quando da utilização de bifocais executive). É um campo livre para colocar o que o profissional julgar necessário para garantir um perfeito aviamento da receita.

Para concluir podemos ressaltar que nos campos 3 e 4 a colocação do sinal da dioptria é fundamental para a dioptria esférica e para a dioptria cilíndrica, não valendo a regra matemática que permite omitir o sinal caso o número seja positivo.

Nunca se escreve nada na frente da receita, ela é de exclusiva responsabilidade de quem a prescreveu. A receita deve conter necessariamente a assinatura do profissional que a prescreveu e um carimbo com nome, profissão e número de registro do conselho a que pertence. É importante reforçar isto para o cliente, caso se verifique a ausência destes dados, para evitar futuros questionamentos. O bom profissional não tem receio de atestar seus trabalhos.

A óptica deve carimbar a receita no verso. Embora não exista um padrão, as informações básicas são: nome da Ótica, endereço, número da Ordem de Serviço, data e assinatura do Técnico Responsável. Essas informações certamente darão maior credibilidade ao serviço executado.

Uma recomendação particular: caso for aviar a receita parcialmente, como solicitação de um cliente que deseje óculos somente para perto, escreva no verso que isto foi feito a pedido dele, de forma a evitar futuras reclamações que obriguem a óptica a aviar a receita completamente. É melhor pecar pelo excesso do que pela falta de informações.

Ainda existem algumas raras receitas que apresentam o diagrama do campo 2, em que a contagem do eixo para o olho esquerdo começa a partir da esquerda para direita, baseado numa antiga proposta que não se consolidou. Por isso é importante prestar atenção na escala apresentada na receita. A escala atual é recomendada através da norma ABNT NBR ISO 8429 é igual a escala TABO e deve ser adotada como padrão.

alt

Uma última sugestão: com as possibilidades da moderna tecnologia, é bom manter arquivada uma cópia da prescrição: em fotocópia, “escaneada” ou fotografia digital, para evitar possíveis conflitos por alterações que não são de sua responsabilidade.

Na receita fictícia a seguir, os nomes servem somente para ilustração, mostrando uma receita completamente preenchida com verso e o carimbo obrigatório. Muito sucesso a todos.

alt

* Técnico em Óptica e Engenheiro Mecânico; professor licenciado em Física; docente da área de surfaçagem de lentes oftálmicas do Senac Tiradentes.


Fonte: http://www.centro.otico.com.br/component/content/article/88-artigo/243-senac-como-entender-a-receita.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

"Muitas mudanças ocorreram nos últimos vinte anos, quando teve início a prática da Baixa Visão em nosso país. O oftalmologista brasileiro, porém, ainda não se conscientizou da responsabilidade que lhe cabe ao determinar se o paciente deve ou não receber um tratamento específico nessa área. Infelizmente, a grande maioria dos pacientes atendidos e tratados permanece sem orientação, convivendo, por muitos anos com uma condição de cegueira desnecessária." (VEITZMAN, 2000, p.3)

.
.

NÃO ESQUEÇA!....

NÃO ESQUEÇA!....

FONTES PARA PESQUISA

  • A VIDA DO BEBÊ - DR. RINALDO DE LAMARE
  • COLEÇÃO DE MANUAIS BÁSICOS CBO - CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA
  • DIDÁTICA: UMA HISTÓRIA REFLEXIVA -PROFª ANGÉLICA RUSSO
  • EDUCAÇÃO INFANTIL: Estratégias o Orientação Pedagógica para Educação de Crianças com Necessidades Educativas Visuais - MARILDA M. G. BRUNO
  • REVISTA BENJAMIN CONSTANT - INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT